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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Eu vou ficar esperando você numa tarde cinzenta

de inverno,bem no meio de uma praça,então os meus

braços não vão ser suficientes para abraçar você e a

minha voz vai querer dizer tanta mas tanta coisa que

eu vou ficar calada um tempo enorme só olhando você

sem dizer nada,só olhando e pensando

mas como você me dói de vez em quando
Saboreias o pesadelo da tua dor
Baixas o teu olhar submisso
Eu observo, incapaz de sorrir
É a mágoa torturante que nos acaricia
O meu olhar frio desespera
Os teus lábios tristes chamam-me
Sinto-te implorar por salvação<
o frio do coração que
Congela minha tristeza
Vivo pela morte
Numa
sede vampirística
Do livro sou as páginas
Macabras e místicas

sábado, 16 de outubro de 2010

''Eu quero paz...Quero amor...Beleza e liberdade,por onde eu for...!!
Toda beleza me atrai...
Todo vento meu combustivel...
Aliberdade é minha busca...
E amar é meu destino!!!!!!!!!!!!!''

Apenas

Não se ofenda com minhas palavras,não se assuste nem se surpreenda com minhas atitudes.Eu apenas me assustei com voce,apenas um monte de mentiras,apenas um monstro sem destino,apenas um menino perdido,apenas uma pessoa como qualquer outra.Apenas um monstro,somente um monstro que fez uma anjo chorar...

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Eu triste sou calada



Eu brava sou estúpida


Eu lúcida sou chata


Eu gata sou esperta


Eu cega sou vidente


Eu carente sou insana


Eu malandra sou fresca


Eu seca sou vazia


Eu fria sou distante


Eu quente sou oleosa


Eu prosa sou tantas


Eu santa sou gelada


Eu salgada sou crua


Eu pura sou tentada


Eu sentada sou alta


Eu jovem sou donzela


Eu bela sou fútil


Eu útil sou boa


Eu à toa sou tua
Eu senti nada de nada.


Nada de nada;


No meu triste mundo.






Eu olhei e não vi ninguém.


Não vi ninguém no meu mundo.


Não vi ninguém senão a Escuridão.


Não vi nada de nada,


Senão desertos pintados sem cor.


Não vi nada nem ninguém


Nem vi rostos dentro de mim.


Eu não vi génio nenhum


Nem criança brincado no escuro.


Não vi nada, nada e fiquei cego!


Cego de uma estranha solidão


Que me ardeu nos olhos…






Não+ vi nada de nada


No meu triste mundo.






Não ouvi nada p'ra além do imenso silêncio


Não ouvi nada p'ra além de uma voz calada.


E eu só ouvi silêncios


Que suspiravam ecos nas paredes negras!


Eu ouvi uma grotesca e fria voz


Uma grotesca e fria voz que nada dizia.


Eu ouvi o vento sibilar o meu nome.


Mas não ouvi nada pois estava surdo.


Não ouvi nada senão uma voz a gritar por mim.






Não ouvi nada de nada


No meu triste mundo.






Eu gritei alto por ti


Eu gritei o teu nome e gritei também por mim.


Gritei então nomes que ainda nem sabia


Gritei por socorro e só a minha voz me veio salvar.


Eu gritei por mim,


E sem saber gritei por ti!


Depois gritei-nos ao mesmo tempo.


E era por nós que gritava socorro


Eu gritei e gritei e fiquei sem a minha voz.


Eu fiquei sem voz por tanto gritar


Fiquei sem voz por gritar por uma voz!






Não gritei nada de nada


No meu frio mundo.






Eu cheirei todo o mundo pelo meu nariz.


Eu cheirei uma flor morta de tanto esperar


Eu cheirei e era a morte vinda de mim.


Eu cheirei algo podre e eram as verdades.


O cheiro decrépito e decomposto que eu cheirei,


Vinha do receio que eu tinha;


De ter de cheirar verdades.


Eu cheirei o mundo,


Mas tive medo de me cheirar a mim.


Sei que tive medo porque o cheirei;


Eu cheirei o medo que me cheirava.


Tive medo de me cheirar


Por medo de nunca ter existido.






Eu cheirei nada de nada


No meu frio mundo.






E sem querer eu olhei.


Eu ouvi, eu gritei, eu chorei.


E depois até senti…


Meu Deus! Eu senti!


Eu senti algo que não sei se senti.


Eu senti, eu imaginei, eu pintei;


E depois também escrevi.


Eu escrevi um mundo e pintei ainda mais


E imaginei ainda os infinitos.


Mas não senti nenhum.


Então olhei-me de frente


E quase que me ouvi;


Eu gritava. Eu gritava!


E era por ecos que gritava.


Gritava e era por mim e só por mim.


Gritava por não ter cheiro a flor morta


Mas por cheirar a morte sem flor.


Mas foi então que eu senti. Que me senti.


Frio como era o meu mundo…


Onde eu nunca senti!






Não senti nada de nada


No meu frio mundo.






No meu frio mundo.


Eu não me senti só


Nada de nada só! …






No meu frio mundo;


Tudo de tudo eu senti.


Perdoa-me porque lá do fundo


Eu sei que te menti!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Do outro lado ela vem



Usando roupas pretas,


O batom negro realsa seu rosto pálido


E os olhos brilham


Na vasta escuridão dos seus cabelos,


Mãos suaves de donzela


Caminha...


Sozinha...


Quieta como uma fada


Apreciando a melancolia ela vaga


Não olha para os lados


Não da atenção a chamados.


Segue seu caminho


Sem temer a morte


Mata demônios


Garota gótica


Ela volta a seu santuário


Onde ninguém a critica


Onde ninguém a olha


Onde esconde-se


De pensamentos terrenos


Ingênuos


Apreciando a luz do luar


E o frio polar


Do seu coração negro a sangrar

terça-feira, 31 de agosto de 2010

 Eu sou a que no mundo anda perdida,


Eu sou a que na vida não tem norte,


Sou a irmã do Sonho,e desta sorte


Sou a crucificada ... a dolorida ...

Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,

Impele brutalmente para a morte!


Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e ninguém vê.
Sou a que chamam triste sem o ser...

Sou a que chora sem saber porquê...





Sou talvez a visão que Alguém sonhou,

Alguém que veio ao mundo pra me ver,

E que nunca na vida me encontrou!

                                                                                                                     
                                                                                                                    
                                                                                                                       
Nunca fui como todos


Nunca tive muitos amigos


Nunca fui favorita


Nunca fui o que meus pais queriam


Nunca tive alguém que amasse

Mas tive somente a mim


A minha absoluta verdade


Meu verdadeiro pensamento


O meu conforto nas horas de sofrimento


não vivo sozinha porque gosto


e sim porque aprendi a ser só...

Florbela Espanca

poema de florbela espanca

                                                                    Minhálma, de sonhar-te, anda perdida



Meus olhos andam cegos de te ver!


Não és se quer razão do meu viver,


Pois que tu és já toda a minha vida!






Não vejo nada assim enlouquecida...


Passo no mundo, meu amor, a ler


No misterioso livro do teu ser


A mesma história tantas vezes lida!






"Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."


Quando me dizem isto, toda a graça


Duma boca divina fala em mim!






E, olhos postos em ti, digo de rastros:


"Ah! Podem voar mundos, morrer astros,


Que tu és como Deus: Princípio do Fim!..."


Florbela Espanca